A propósito deste post relativo à votação para a eleição do novo director da UNESCO, chegou-nos hoje a notícia de que o representante português neste orgão das Nações Unidas, Manuel Maria Carrilho, ex-ministro da cultura de Guterres e ex-candidato à Câmara Municipal de Lisboa, contrariando ordens expressas do Ministério dos Negócios Estrangeiros, pasta gerida por Luís Amado, ex-ministro da Defesa, recusou-se a votar no candidato egípcio, Faruk Hosni, entre outras coisas por causa das célebres declarações referenciadas no post citado. A notícia aqui, no site do jornal Público. Carrilho, aquele tipo que ninguém gosta como pessoa, o que lhe dificulta a vida na eleição para cargos políticos públicos, é apesar de tudo, como sempre mostrou ser, uma das pessoas com mais carisma e intelectualmente mais valorosas que há na política portuguesa, e isso ficou hoje bem expresso. Acima de tudo, mostrou ser um insigne defensor da cultura europeia, logo, um defensor da liberdade e da democracia. Só por isto já merece Carrilho a nossa aprovação e admiração, ao contrário dos imbecis dos negócios estrangeiros indiferentes à hipótese de ver destruída grande parte da produção intelectual ocidental. Enfim, é bom saber que não estamos sós na defesa, intransigente, da cultura europeia.
Do filme Fahrenheit 451 de François Trauffaut baseado na obra de Ray Bradbury
Assino por baixo.
ResponderEliminarJR