5.9.09

Tardes de Bolonha #1

Seguro o cigarro entre os dedos indicador e médio da mão direita

e penso.

Passou muito tempo, a cinza
alcançou o filtro do cigarro
e sou obrigado a tirar outro,
e continuo a fumar.




Levo, p
or acaso, as
mãos aos bolsos e encontro
algumas moedas para pagar
o café.

Deixo-as em cima da mesa e continuo a admirar a cidade da esplanada da Tabacaria,e cada pessoa que atravessa o meu caminho e a cidade, rara aquela que a observa.

Cada um com o seu aspecto e a sua personalidade.

Cada um com uma vida própria.

Dão andamento ao tempo e cravejam a noite de jóias, beijam-se na escuridão
e transitam entre o sentimento e a razão, sempre mantendo no pensamento aquele

medo de solidão.

Merda, a caneta está a falhar,
amanhã pode ser que volte, e continue a escrita. Agora não.
Levanto-me, com as moedas que tirei dos bolsos pago o café,
e sigo, de jornal na mão, de volta a casa.

São estas as tardes de Bolonha, que o acompanham, enquanto escreve numa esplanada qualquer.

Entulho...


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